Para visitantes:

Olá, bem-vindo! O texto a seguir é uma adaptação do clássico "Tristão e Isolda" para teatro, baseado no reconto de Maria Nazareth  Alvim de Barros e escrito por mim. A reprodução é livre, desde que haja créditos em meu nome. Pode falar o que quiser do texto, sem ressentimentos...! 
Bom proveito!

Para a 182

Oi, gente! Me desculpem pelo texto estar enoooooooooorme e muito, muito, MUITO "forçante", mas não teve outro jeito... Lá em baixo tem o botão pra imprimir, e eu adianto que vocês vão gastar muita tinta! A propósito, é melhor copiar e colar no Word, senão vocês vão gastar muita tinta mesmo... Enfim, espero que gostem (o que vai ser meio difícil), e o texto está sujeito à mudanças. Beijinhos :-*




sábado, 28 de junho de 2008

Roteiro da peça:

Personagens:

Narrador:

Rainha Brancaflor:

Rei Marcos: 

Tristão: 

Pescador:

Princesa Isolda: 

Barão #1:

Barão #2:

Barão #3:

Rei da Irlanda: 

Rainha da Irlanda:

Dama de Companhia: 

Kaherdin:

Duque:

Isolda das Mãos Brancas: 

Época: Idade Média

Primeiro Ato

Cena 1:

Narrador: Houve um tempo, em que a guerra era comum entre os povos. Os homens brigavam por terra, animais, por alimentos, por tudo, enfim. E foi assim que o rei de Leonês morreu: em combate. Sua esposa, a Rainha Brancaflor, morreu pouco depois, de tristeza.

(o cenário é uma sala vazia, apenas com o trono. Nele, a Rainha Brancaflor, abatida e muito triste)

Moça: Oh! Nem mesmo meu esperado filho trouxe-lhe felicidade! A este dei o nome de Tristão, por causa de meu pranto. Não sinto mais alegria em viver... De fato, não durarei muito tempo...

Cena 2:

Narrador: Passaram-se os anos. Tristão foi criado por um fiel vassalo do rei. Ainda jovem, aprendeu a tocar sua harpa e a arte das espadas. Assim, foi levado à Cornualha, uma ilha da Grã-Betanha.

(O Rei Marcos está sentado no trono, Tristão aparece e ele o saúda com abraços)

Marcos: Querido sobrinho! Que bom que vieste! Saiba que será o herdeiro do trono, pois minha coroa passarei a ti!

Segundo Ato

Cena 3:

(o rei está pensando sozinho, andando em círculos numa sala)

Marcos: O rei da Irlanda está cobrando, deveras, muitos impostos! Para ele, terei de pagar trezentos rapazes e trezentas moças – absurdo! Porém ele me fez uma proposta interessante: se eu vencer o gigante Morolt em combate, teria minha dívida perdoada. Ora, não seja bobo, Marcos! Trata-se de um gigante!

(Tristão entra na sala, com atitude)

Tristão: Eu enfrentarei Morolt, o gigante!

Marcos: Tens certeza? Morolt tem a força de quatro homens. Temo entregá-lo à morte, sobrinho!

Tristão: Nada tema! Sou jovem, forte, ágil e domino muito bem uma espada.

Marcos: Apesar de descordar, podes enfrentá-lo. Pois bem: a luta será marcada!

Cena 4:

(o cenário é uma floresta)

Narrador: A luta foi numa ilha desabitada, e não hove nenhuma ninguém assistindo à luta, exceto Morolt e Tristão.

(Morolt está no chão. O ator veste uma camisa manchada de vermelho)

Tristão: Apesar de vencer o gigante e libertar Cornualha de sua vergonhosa divida, fui envenenado pela espada de Morolt. Estou condenado!

Cena 5:

(O cenário é um cômodo no castelo)

Narrador: Todos choraram pela agonia do herói.

(Tristão conversa com Marcos)

Tristão: Não há modo de expulsar o veneno. Já tomei purgantes, pus compressas, mas de nada adiantaram! Peço-lhe que me dê um barco sem remos e sem velas, pois sinto que as águas me levaram para o local de minha cura.

Marcos: Assim será, sobrinho!

Cena 6:

(Tristão está numa praia. Junto com ele, há um barco. Ele está deitado sobre a areia, exausto)

Tristão: Finalmente chego aqui, após alguns dias tingidos de esperança.

(um pescador se aproxima)

Pescador: Veja só, ele está queimando de febre! Vou levá-lo até a Princesa Isolda!

Terceiro Ato

Cena 7:

(Tristão está sentado. A princesa faz o que o narrador diz a seguir, piedosa)

Narrador: A princesa, limpa o ferimento e, com folhas de árvores, o ferimento estanca, cicatriza e ela tira de Tristão sua dor e agonia.

(os dois se entreolham).

Cena 8:

(Tristão está sentado tocando sua harpa, ao fundo. O cenário é a floresta. Isolda diz, confusa:)

Isolda: Sinto algo estranho, um sentimento profundo que deveras nunca senti antes... Sim, meu coração sente que é o mais puro amor, amor pelo jovem herói! Minha alma sabe que ele sente o mesmo...

Narrador: E, de fato, Tristão sentia. (Tristão larga sua harpa, vai até Isolda e eles dão as mãos. Andam lentamente para fora do palco) Por algum tempo, eles andaram de mãos dadas, conversavam em voz baixa e trocavam olhares de um modo especial... Mas então, Tristão teve de partir de volta à Cornualha.

Quarto Ato

Cena 9:

(Tristão é recebido calorosamente por todos, em silêncio. O cenário são as ruas de Cornualha)

Narrador: Todos querem ver o herói, que quase morreu pelo povo. Tristão contou tudo sobre sua viagem, mas omitiu a existência da Princesa Isolda.

(três barões entram no palco e conversam. O rei ainda conversa com Tristão, ao fundo, em silêncio)

Barão #1: Que audácia! Pôr este jovem inexperiente à frente de todos nós!

Barão #2: Como Marcos pode nos dispensar? Nós é que zelamos pela terra e pelo povo!

Barão #3: Se ele insistir em dar o trono para Tristão, a única saída será obrigar que ele se case, para garantir um herdeiro legítimo para nosso reino!

Barão #1: E se ele se negar?

Barão #3: Declaramos guerra!

Cena 10:

(O cenário é um quarto do castelo. Na saída do palco, há uma porta)

Narrador: Após saber das exigências, Marcos se sentiu entra a cruz e a espada. Porém, um belo dia, quando conversava com Tristão...

(Alguém bate na porta. Tristão põe metade do corpo para fora do palco e alguém lhe dá um envelope. Tristão volta ao palco e o abre, surpreso. Nele há uma mecha de cabelo de Isolda.)

Marcos: É isso! (ele toma o cabelo de Tristão). Me casarei, sim, mas somente com a dona destas madeixas!

Cena 11

(Tristão está andando em círculos, num cômodo qualquer)

Narrador: Apesar de toda a fúria dos nobres, o rei estava decidido a casar com a loira. Porém, Tristão não estava muito contente...

Tristão: Não há dúvidas: aquele cabelo pertence à Isolda... Não posso permitir que ela se case com meu tio! De forma alguma! Assim, mandarei aprontarem os barcos, mas não chegarei nem perto da Irlanda. Afinal, não será difícil encontrar uma donzela de cabelos parecidos! Ninguém aqui, além de mim, conhece Isolda, por isso não há erro. Está decidido. Irei manter uma boa distancia da Irlanda!

Cena 12

(o cenário é o mesmo de quando Tristão chega à Irlanda pela primeira vez)

Tristão: Este lugar não me é estranho... Oras! Estou na Irlanda! Os ventos me trouxeram para cá... Mas como?

(Isolda aparece e saúda Tristão)

Isolda: Me desculpe pelo inconveniente, mas precisava de sua presença! Assim que soube que havia se lançado ao mar, trouxe-te aqui, pois um grande dragão ameaça a Irlanda e meu pai ofereceu minha mão em casamento a quem vencesse a besta.

Tristão: Diga-me onde está o temido dragão. Eu lutarei contra ele!

Cena 13

(O rei da Irlanda, a rainha e Isolda estão reunidos numa mesa cheia de comida. Há pratos e taças. Uma dama de companhia está ao fundo, em silêncio)

Isolda: Graças aos céus estás bem, Tristão!

Tristão: Ora, Isolda, você que me salvou do poderoso veneno das escamas do dragão! Apesar de eu tê-lo matado, a esta hora estaria morto se não fosse por você. Mas outro problema agora me preocupa: preciso levar uma esposa para meu tio!

Rei: Não vejo mal nenhum em Isolda casar-se com o rei de Cornualha.

Isolda: Mas eu não quero casar-me com ele de maneira nenhuma!

(os três discutem em silêncio. A rainha pensa alto:)

Rainha: Não posso permitir que Isolda se case com alguém que não ama! Já sei: prepararei um vinho mágico, que será servido somente do dia do casamento. Assim, Isolda ficará perdidamente apaixonada pelo rei!

(Tristão, Isolda e o rei voltam a falar)

Rainha: Com licença.

Rei: À vontade.

Rainha: (ela vira-se à criada, cochichando) Você acompanhará Isolda e Tristão em sua viagem à Cornualha, e levará consigo o vinho que prepararei. E lembre-se de servi-lo somente no dia do casamento.

Dama de Companhia: Sim, senhora.

Quinto Ato

Cena 14

(Tristão, Isolda e a dama de companhia estão numa outra praia. Estão exaltos.)

Tristão: Que calor insuportável!

Isolda: Felizmente encontramos esta ilha, assim podemos descansar sob as árvores.

Dama de Companhia: A senhora gostaria de uma bebida fresca?

Isolda: Sim, por favor.

(a dama de companhia sai do palco e volta com uma bandeja, duas taças e um vidro de vinho. Ela os serve. Tristão e Isolda bebem e se entreolham)

Cena 15

(Tristão e Isolda caminham de mãos dadas pelas ruas de Cornualha)

Tristão: Meu coração não pode aceitar que casou-se com meu tio!

Isolda: O meu também não... Mas saiba que casei-me só com o corpo. Meu coração e minha mente ainda estão contigo!

(eles se distanciam da platéia. Os barões entram no palco)

Barão #1: Ora, vejam só! (diz com ironia) O herói do povo que só anda com a rainha!

Barão #2: Imaginem só o que Marcos faria se os dois estivessem apaixonados...

Barão #3: Ei! Lembram daquele anão que lê o coração dos homens?

Barão #2: Grande idéia! Vamos pedir um pequeno serviço à ele...

Barão #1: E, se eles realmente estiverem apaixonados, contamos tudo à Marcos!

(os três riem)

Sexto Ato

Cena 16

(O rei está em um quarto do castelo, de pé. Atrás, há uma janela falsa. É noite)

Marcos: Aqueles barões! Me vieram com uma história de que minha esposa estaria apaixonada pelo meu sobrinho! Há, que piada! (ele olha pela janela, curioso). Ora... Não é que os dois estão, de fato, caminhando de mãos dadas em meu jardim? Mas não pode ser... Mas e se... Não posso conter minha curiosidade... (ele olha para a janela novamente) Vou me esconder no topo daquele pinheiro. Em qualquer movimento suspeito, entro em ação!

(ele sai. O palco fica somente com o narrador)

Narrador: Acontece, que a lua estava cheia, e o pinheiro ficava logo atrás de uma fonte. Por isso, Tristão viu a silhueta de Marcos no pinheiro. Assim, ele e Isolda se aproximaram da fonte e conversaram apenas como bons amigos. Porém, Marcos não desistiu e, na noite seguinte, quando uma nuvem cobriu a Lua, os dois foram descobertos e condenados à fogueira.

Cena 18

(Tristão está na rua. Há um muro à direita)

Tristão: Foi realmente uma sorte grande passar em frente àquela igreja. Guardas estúpidos! Um prisioneiro que está sendo levado à fogueira pede para rezar e eles deixam! Mas agora tenho de salvar Isolda...

(Tristão se esconde atrás de um muro. Isolda entra no palco escoltada por um guarda. Tristão o surpreende e eles lutam até o guarda cair e foge com Isolda em direção à floresta)

Sétimo Ato

Cena 19

(Tristão e Isolda estão dormindo no chão da floresta, vestindo trapos. Tristão acorda)

Tristão: Isolda, acorde! (ela boceja, espreguiça e levanta) Já se passaram três anos desde nossa fuga em Cornualha. Temos de voltar.

Isolda: Mas Marcos irá nos matar!

Tristão: Já se passaram três anos, Isolda! Tenho certeza de que ele já nos perdoou...

Isolda: Tem razão. Vamos voltar a Cornualha!

Cena 20

(de volta às ruas de Cornualha, Marcos recebe os dois calorosamente. Os três barões estão ao fundo, com raiva)

Narrador: Marcos, de fato, havia perdoado os fugitivos. Já os barões, continuavam invejosos. (Somente os barões continuam no palco) Por isso, em sigilo, ordenaram o exílio de Tristão. Além disso, obrigaram Isolda à passar pelo julgamento divino. Este julgamento consistia em dar ao acusado um ferro em brasas. Se ele não se queimasse, era inocente. Caso contrario...

Cena 21

(uma voz ao fundo diz:)

Voz: Isolda, você jura solenemente que jamais amou Tristão?

Isolda: Eu juro meu amor e fidelidade a um único homem: àquele pelo qual me apaixonei e à quem me uni em amor para todo o sempre.

Narrador: E o ferro incandescente não a queimou.

Oitavo Ato

Cena 22

(Tristão e Isolda estão num jardim. É manhã)

Tristão: Amada, sinto dizer, mas tenho de partir.

Isolda: Não podes me abandonar! Nós deveríamos permanecer juntos para sempre!

Tristão: Sinto, mas realmente preciso ir. Mas deixo contigo meu melhor amigo, Husdent, o cão.

Isolda: Deixo contigo meu anel de esmeralda, para sempre que o vires, lembre-se de mim.

Tristão: Juro que em cada segundo que passar pensarei em ti. Distancia alguma jamais nos separará, seremos sempre um só na alma. Mas agora, apenas posso dizer adeus.

Nono Ato

Cena 23

(O cenário é um quarto. Tristão está ao fundo, tocando a sua harpa. Perto da platéia, há uma pequena mesa com duas cadeiras. Nelas, estão sentados Kaherdin e seu pai)

Narrador: Algum tempo se passou e Tristão vivia na Bretanha, no noroeste da França, onde se tornou um grande amigo de Kaherdin. Um dia, quando Tristão tocava sua harpa e cantava uma canção sobre Isolda, seu grande amigo o ouviu.

Kaherdin: Pai, o senhor não acha que meu amigo está apaixonado pela minha irmã Isolda das Mãos Brancas?

Duque: Percebo que sim, Kaherdin! Por que não oferecer-lhe a mão de minha filha? Já notei o interesse de Isolda por Tristão!

Cena 24

(o cenário é o mesmo da cena anterior)

Tristão: Ofereceram-me a mão de Isolda em casamento... Devo aceitar, afinal, trata-se da irmã de meu melhor amigo – seria uma ofensa muito grande recusar! Além do mais, ela é bela e talvez até possa preencher o vazio de Isolda, a loira. Aceitarei, sim, a oferta!

Cena 25

(Isolda das Mãos brancas chama Tristão de longe. Ela não está no palco. Tristão está numa sala com móveis de uma sala de estar)

Tristão: Espere um instante! (fala sozinho:) Quem diria que um dia seria um homem casado... (deixa cair o anel de esmeralda. Ele pega) Que grande bobagem eu fiz! Meu coração ainda pertence à Isolda, a loura! Não há modo de voltar atrás... A não ser que...

Cena 26

(o cenário é o mesmo da cena interior. Isolda está numa cadeira)

Isolda: Quer dizer, então, que você sofre de um mal incurável, cujo qual causa-te muita dor e nenhum médico jamais foi capaz de curá-lo?

Tristão: Precisamente.

Isolda: Pobre Tristão! Amaldiçoado por uma doença desconhecida! E minha sorte não tem suas vantagens: casei-me com um homem enfermo!

(ela sai do quarto chorando)

Décimo Ato

Cena 27

(Tristão está num quarto, pensando)

Tristão: A cada minuto que passa minha saudade por Isolda aumenta... Não conseguirei viver sequer mais um mês sem vê-la. Definitivamente, preciso ver Isolda! Porém, se der um passo dentro de Cornualha, estarei morto. Ei! Acaba de me vir uma idéia à mente...

Cena 28

(Marcos está sentado no trono. Ao seu lado, Isolda, chateada. Ao outro lado, os barões. Uma voz diz:)

Voz: Majestade, há um bobo que veio para destrair-te. Deixo-o entrar?

Marcos: Sim! Preciso mesmo rir um pouco!

(Tristão entra, com roupas e máscara coloridas. Ninguém o reconhece. Ele faz algumas palhaçadas enquanto o narrador diz:)

Narrador: Tristão, disfarçado de bobo-da-corte, cantou, dançou, contou piadas e satisfez o público. Porém, ao perceber que Isolda não o reconhecera, (Tristão pára com as palhaçadas) ele pediu silêncio (ele ajoelha-se na frente de Isolda) e disse:

Tristão: Oh, estou perdidamente apaixonado por esta dama! (todos riem, exceto, Isolda). Por favor, caro rei! Deixe-me levá-la comigo!

Marcos (rindo): E para onde pretendes levá-la, bom homem?

Tristão: Senhor meu Rei, lá em cima, perto do céu, eu tenho um palácio, todo feito de cristal! O vento não agita, a chuva não o ameaça... É para lá, longe das algemas do céu e da terra, que eu a conduzirei, para que nunca mais ela se afaste de mim!

(todos riem)

Narrador: Assim, Tristão continuou com suas histórias. Contou do vinho, da floreta, de tudo que havia passado com Isolda, e ninguém desconfiou...

Marcos: (ainda rindo, porém, meio exausto) Está bem! Por hoje chega!

Cena 29

(Isolda está num jardim com Husdent, o cão. É dia)

Isolda (falando baixo, com o cão): Este homem não é um bobo qualquer! Ele conhece minha história... Não consigo reconhecê-lo, porque é mascarado, mas algo nele me lembra Tristão...

(Tristão aparece, Isolda se assusta, mas ele a mostra o anel. Isolda dá um sorriso eufórico, abre os braços (Tristão, idem) e corre para Tristão)

Narrador: Porém, mais uma vez, Tristão deve de partir.

Ato Final

Cena 30

(Tristão e Kaherdin estão andando por uma floresta. Um camponês passa correndo, desesperado, pedindo socorro. Os dois dão uma careta confusa, e se escondem atrás de um arbusto. Há um som de cavalos. Tristão e Kaherdin ficam na espreita, até que atacam para fora do palco. Há sons de luta. Então, os dois voltam para o palco)

Tristão: Não me sinto muito bem...

Kaherdin: Tristão, você foi envenenado (ele olha um ferimento). Vamos, eu o levarei para um bom médico!

Tristão: Não adianta! Somente Isolda pode me salvar agora!

Cena 31

(Tristão está num quarto, deitado numa cama. Kaherdin está de pé)

Kaherdin: Eu já preparei tudo para ir à Cornualha para buscar Isolda. (Isolda das Mãos Brancas aparece, mas se esconde atrás da porta para ouvir a conversa)

Tristão: (diz com voz fraca) Excelente! E lembre-se do combinado: Deverá hastear uma vela branca se Isolda estiver contigo. Caso contrario, deverá hastear uma vela preta. (Isolda faz uma careta de raiva e sai frustrada, mas em silêncio)

Kaherdin: Assim será.

Tistão: E por favor, não diga nada à sua irmã, não quero ferir seus sentimentos.

Cena Final

(o cenário é o mesmo da cena anterior. Isolda da Mãos Brancas está numa cadeira, com um livro aberto, como se estivesse lendo para Tristão)

Narrador: Ao saber da angústia de seu amado, a Princesa Isolda largou tudo em Cornualha para salvar Tristão. Implorou às águas e ao vento, que lhe levassem, depressa para a Bretanha, mas eles não ouviram suas preces...

Tristão: Já faz muitos dias desde que Kaherdin partiu... Sinto que, se ele demorar, não durarei muito tempo... Isolda, por favor, olhe pela janela e veja se o navio de Kaherdin está à vista, no mar.

Isolda: (com uma voz sarcástica, se fazendo de tonta) Vejo sim, mas está muito longe...

Tristão: A vela Isolda! Veja a cor da vela!

Isolda: A vela? Oh sim, está bem visível! É preta! Negra como nuvens tempestuosas!

Narrador: Aquilo soou como uma punhalada nas costas de Tristão. Ele virou para o lado, murmurou o nome de Isolda e entregou-se ao veneno. Todos choraram sua morte. (Isolda chega aflita ao quarto, muda, ajoelha-se sobre a cama e começa a chorar) Isolda, quando chego em terra firme, viu que já era tarde. Após muito lamentar, juntou-se à Tristão no sono profundo. Os dói foram enterrados lado a lado. Do túmulo de Tristão, nasceu um ramo de vinha, e no de Isolda, um de roseira. Na calada da noite, os dois ramos se entrelaçaram, e ninguém nunca jamais conseguiu separá-los. E até hoje, quando a brisa balança os galhos das árvores, o povo de Cornualha consegue ouvir as doces notas da harpa de Tristão.


2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Tá muito legal!!! Dez, dez e dez!!!! Tomara que nós possamos assistir (a turma 181) pq tah muito legal mesmo. Parabéns!!!!

(Ah, eu também já escrevi o meu. Espero que voces possam assistir para dizer se gostaram)

Bjs,
Rizzon

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